sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Paciência Maternal



Enquanto a história relaciona a intervenção de fadas, referindo-se aos gênios tutelares, aos palácios ocultos e às maravilhas da floresta desconhecida, as crianças escutam atentas, estampando alegria e interesse no semblante feliz. Todavia, quando o narrador modifica a palavra, fixando-a nas realidades educativas, retrai-se a mente infantil, contrafeita, cansada...Não compreende a promessa da vida futura, com os seus trabalhos e responsabilidades.
Os corações, ainda tenros, amam o sonho, aguaram heroísmo fácil, estimam o menor esforço, não entendem de pronto, o labor divino da  perfeição eterna e, por isso, afastam-se do ensinamento real, admirados, espantadiços. A vida, porém, espera-0s com as suas leis imutáveis e revela-lhes a verdade, gradativamente, sem ruídos espetaculares, com serenidade de mãe.
Mas se os emissários do plano superior revelam alguns ângulos da vida espiritual, falando-lhes do trabalho, do esforço próprio, da responsabilidade pessoal da luta edificante, do estudo necessário, do auto aperfeiçoamento, não ocultam a desagradável impressão. Contrariamente às suposições da primeira hora, não enxergam o céu das facilidades , nem a região dos favores, não divisam acontecimentos milagrosos, nem observam a beatitude repousante. Em vez do paraíso próximo sentem-se na vizinhanças de uma oficina incansável , onde o trabalhador não se elevará pela mão beijada do protecionismo, e sim a custa de si mesmo, para que deva à própria consciência a vitória ou a derrota.
A maioria espanta-se e tenta o recuo. Pretende um céu fácil, depois da morte do corpo, que seja conquistado por meras afirmativas doutrinais.
Ninguém contudo, perturbará a Lei divina; a verdade vencerá sempre e a vida eterna continuará ensinando, devagarinho, com paciência maternal.
(prefácio do livro Missionários da Luz, por Emmanuel)

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