“Todas as religiões
nasceram na alma do homem, da sua absoluta
necessidade de estar em relação com Deus, e salta à vista do observador
desapaixonado a evidência de que todas
as religiões foram boas e puras quando nasceram, como flores divinas, da mente
de seus fundadores que, sem dúvida alguma, eram inteligências muito adiantadas
no conhecimento de Deus e das almas.”
A religião dos árabes, cuja simplicidade a torna quase
desprezível aos espíritos habituados a um enorme calhamaço de instruções e de
ritos, em sua remota origem pré-histórica, nasceu da alma luminosa de um chefe
poderoso e justo, cujo domínio abrangia a grande península hoje conhecida
como “Arábia Pétrea”, desde Ecthan até
Esion-Geber, na costa do Mar Vermelho. Nessa época, chamava-se “País de Arab”.
Esse chefe, em aliança com a Fraternidade Kobda do Nilo, quis civilizar esse
país selvagem , dando-lhe uma norma justa de vida e uma forma de adoração ao
Supremo Criador. Seu nome era Bem-Abad, o qual, quando julgou ter cumprido a
sua missão deixou a seus filhos o governo dos povos e retirou-se para passar
sua velhice carregada de merecimento no Santuário de Neghadá, onde o Nilo se
esvazia no mar e onde a Fraternidade Kobda elaborava a civilização dos três continentes conhecidos
então.
Abraão, modelo de justiça, honradez e submissão ao Senhor
Deus que adorava, bebeu a norma de vida e a compreensão da Divindade de sua
irmã mais velha, Vhada, Matriarca de um refúgio Kobda para mulheres
abandonadas, maltratadas ou repudiadas que soprou na mente de Beni-Abad, início
da civilização arábica, e na mente de
Abraão, origem da civilização hebréia. No princípio de ambas as civilizações, não existiu outro código além desse:
“Tratarás todos os teus semelhantes com o mesmo respeito
desejado por ti.” Seu culto reduzia-se a uma fervorosa invocação ao Supremo
Criador quando o Sol aparecia nas alvoradas e quando se punha no acaso. Eis aí
todo o ritual, toda a lei, todo o cerimonial de ambas as civilizações em suas
remotas origens.
(Harpas Eternas - Vol.III)
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