domingo, 16 de fevereiro de 2014

A gênese da vida

Com o transcurso dos dias, formava-se o novo corpo, célula a célula, dentro de um plano simples e inteligente. O folheto blastodérmico inferior, obedecendo às disposições do molde vivo, enrolava-se, apresentando os primórdios do tubo intestinal, ao passo que o folheto superior tomava o mesmo impulso de enrolamento, formando os tubos epidérmico e nervoso. O folheto médio assumindo feição especialíssima, dava lugar às primeiras manifestações da coluna vertebral, dos músculos e vasos diversos.
O tubo intestinal, em certas regiões, começou a dilatar-se, dando orígem ao estômago e às alças de vária espécie e revelando, em seguida, determinados movimentos de invaginação, interna e externamente, organiza aos poucos, as estrias inferiores e superiores, constituidas de pregas, vilosidades e glândulas. O tubo cutâneo começava o serviço de estruturação complicada da pele, ao mesmo tempo que o tubo nervoso dobrava-se paulativamente sobre si mesmo, preparando a oficina encefálica. Enquanto isso ocorria, as substâncias do folheto médio transformavam-se de modo surpreendente.
A primeira célula da fecundação estava transformada em um verdadeiro mundo de organização ativa e sábia. O embrião revelava-se notavelmente desenvolvido.
Na parte anteior, o tubo intestinal dava origem ao esôfago, enquanto que o intestino, com suas disposições complexas, situava-se na região posterior, internamente, fizera-se nele perfeito serviço de pregueamento, salientando-se que, na zona interior, se formavam pregas e vilosidades,e, na parte exterior , se organizavam saliências que, por sua vez, pouco a pouco se convertiam em glândulas diversas.
Prosseguia, célere, a formação de vários departamentos cerebrais, a preparação das glândulas sudoríparas  e sebáceas, os órgaos autônomos, os vasos sanguíneos, os músculos e ossos. No vigésimo dia a impressão que se tinha era de um peixe.
(Missionários da Luz, p. 254, André Luiz)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

A origem das religiões


“Todas  as religiões nasceram na alma do homem, da sua absoluta  necessidade de estar em relação com Deus, e salta à vista do observador desapaixonado  a evidência de que todas as religiões foram boas e puras quando nasceram, como flores divinas, da mente de seus fundadores que, sem dúvida alguma, eram inteligências muito adiantadas no conhecimento de Deus e das almas.”

A religião dos árabes, cuja simplicidade a torna quase desprezível aos espíritos habituados a um enorme calhamaço de instruções e de ritos, em sua remota origem pré-histórica, nasceu da alma luminosa de um chefe poderoso e justo, cujo domínio abrangia a grande península hoje conhecida como  “Arábia Pétrea”, desde Ecthan até Esion-Geber, na costa do Mar Vermelho. Nessa época, chamava-se “País de Arab”. Esse chefe, em aliança com a Fraternidade Kobda do Nilo, quis civilizar esse país selvagem , dando-lhe uma norma justa de vida e uma forma de adoração ao Supremo Criador. Seu nome era Bem-Abad, o qual, quando julgou ter cumprido a sua missão deixou a seus filhos o governo dos povos e retirou-se para passar sua velhice carregada de merecimento no Santuário de Neghadá, onde o Nilo se esvazia no mar e onde a Fraternidade Kobda elaborava  a civilização dos três continentes conhecidos então.
Abraão, modelo de justiça, honradez e submissão ao Senhor Deus que adorava, bebeu a norma de vida e a compreensão da Divindade de sua irmã mais velha, Vhada, Matriarca de um refúgio Kobda para mulheres abandonadas, maltratadas ou repudiadas que soprou na mente de Beni-Abad, início da civilização arábica, e na mente de  Abraão, origem da civilização hebréia. No princípio  de ambas as civilizações, não existiu  outro código além desse:
“Tratarás todos os teus semelhantes com o mesmo respeito desejado por ti.” Seu culto reduzia-se a uma fervorosa invocação ao Supremo Criador quando o Sol aparecia nas alvoradas e quando se punha no acaso. Eis aí todo o ritual, toda a lei, todo o cerimonial de ambas as civilizações em suas remotas origens.
(Harpas Eternas - Vol.III)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Amor verdadeiro

É tempo de refazer os conceitos e atitudes dos cristãos  em relação ao bem que se faz e ao bem que se deseja fazer.

Faz-se caridade muitas vezes por obrigação religiosa, com a pretensão de salvar o pobre da opressão. No entanto considero urgente a revisão dessa forma de agir, que mantém o pobre na dependência social e econômica daquele que intenta ajudá-lo. Que tipo de de ajuda é essa em que se distribuem cestas básicas, mas não se procura dignificar o ser humano? Estamos realizando uma obra educativa ou fazendo média, utilizando um paliativo que ostenta nossa pretensa bondade e alimenta a miséria social?
Somente a motivação do amor verdadeiro poderá fazer a caridade verdadeira. Sem amor, a maior caridade não passará de serviço social ou paternalismo assistencialista.
Iniciativas governamentais seriam louváveis caso não tivessem o objetivo central o ganho de votos, o desejo de perpetuar-se no  poder, de angariar pontos para a mídia.
Cristãos, há que só fazem o bem para aqueles de sua religião. Então, que bem é este que   faz ascepção de pessoas? Como posso ser feliz em plenitude se minha consciência me acusa de não haver feito todo o bem que posso fazer?
Esperam que os céus estejam cheio de seres luminosos, de anjos ou espíritos puros? Estão enganados aqueles que assim pensam; terão enorme decepção ao cruzar os umbrais da vida.Os céus estão vazios, pois aqueles que são os verdadeiros servidores do Pai retornaram para dar as mãos àquelas almas que vivem na desilusão, na carência absoluta de educação.
Eu não conseguiria ficar de braços cruzados entre os anjos e santos, inativa, usufruindo da ociosidade cristã, assistindo a milhões de pessoas em desespero na África, na Índia, no Iraque, no Afeganistão ou qualquer outro lugar. Não há como abraçar um leproso, beijar um enfermo e dar as mãos aos caídos se não for por amor.
Recordemos ainda aquela migalha que todos somos capazes de oferecer, suprema forma de caridade e amor; o silêncio ante a calúnia; a resposta certa ante o alastramento do mal; o dizer não na hora em que for preciso, não sendo conivente com o erro, e o sim quando for adequado, além de fazermos o que podemos pela própria família, pelos irmãos mais próximos que Deus colocou ao nosso lado.
Enfim, não é preciso ir muito longe -nem à África e nem à Índia - para fazer o bem. Comece distribuindo as gotas de amor ao redor de si. Num lugar onde você não se autopromoverá, onde não houver mídia para alardear, nem ninguém para aplaudir. Comece exatamente onde você está e já terá feito muito por si próprio - e certamente alguma coisa para o mundo.
(Robson Pinhero - A força eterna do amor -Teresa de Calcutá- p. 63/64

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O Sonho de Teresa.

 
Uma noite eu tive um sonho, no qual via Jesus descendo dos céus em direção à Terra, enquanto os cristãos sonhavam em subir para os portais do paraíso. Em meu sonho perguntei ao Nosso Senhor aonde Ele ia, ao que me respondeu:
-Fazer aquilo que meus  seguidores não fizeram, Teresa.
-E o que os seus seguidores não fizeram, meu Senhor? Tornei a perguntar.
E Ele, com lágrimas nos olhos, disse-me:
Levedar a massa com os princípios do Evangelho. Vou procurar as multidões, os famintos de Deus e de justiça; andarei pelas ruas do desespero e caminharei nas vielas da angústia e da solidão. Enquanto isso, meus seguidores descansam  no paraíso ilusório de suas moradas e no cárcere de suas consciências hipnotizadas pelos conceitos forjados de  uma filosofia anticristã.
Senti vergonha da situação e desde então tenho me dedicado a visitar os mais pobres e os desesperados, na esperança de despertar um sorriso verdadeiro naqueles que têm sede de Deus. Estou até hoje na luta com aqueles que estão cansados de sofrer. Se eu notar que não posso fazer mais nada por alguns deles, abraço-os e transmito-lhes um sorriso. E rezo baixinho, para que algum dia, a política humana se transforme numa política divina.
(A força eterna do amor- p. 45 - Teresa de Calcutá)

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Aprender a Amar.

Encorajar a todos,  à luz da doutrina do Evangelho Restaurado, que é o Espiritismo, o despertamento da própria transformação interior constitui, sem dúvida, a finalidade maior da existência.


Devemos partir do primícias de que há certas lições a serem retiradas dos erros do amar, senão vamos passar inúmeras encarnações repetindo-os, como insetos que se debatem estouvados nas vidraças das janelas, impossibilitados de perceber que, embora o vidro seja transparente, não se pode atravessa-lo.
A disciplina do amor não se aprende em livros, é preciso experienciar.
A atual tecnologia televisiva e, igualmente a internet tem a função de nos unir, ligar e instruir, no entanto ficamos cada vez mais afastados de nós mesmos e dos outros. Esquecemos que o melhor convívio entre os seres humanos é a reciprocidade de coração com coração, e isso depende do contato pessoal.
Por mais parodoxal que possa parecer, esses inventos destinados a nos aproximar das pessoas e a nos comunicar com elas são responsáveis pelo distanciamento e pela falta de interação social.
As águas do grande rio da  Vida passam e continuarão deslizando diante dos olhos humanos, levando consigo nossas horas, dias, anos, com suas atribulações transitórias, desgastes energéticos, apegos familiares, vaidades, passatempos frívolos e gastos desnecessários...
Tudo é levado pela correnteza da existência e do  tempo e, gradativamente, tudo vai se resumindo a grãos de poeira que a ventania leva e faz desaparecer.
Lembremos, contudo, que só o amor vivido, compartilhado e disseminado é que sobreviverá.
(Lourdes Catherine - pag.34/36- Amar também se aprende)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Primeira Mensagem




Meu filho, Deus te abençoe.
Estamos a pleno caminho da redenção.
Nem os receios do início
Nem as revelações do fim.
Trabalho por todos os lados.
Perseverança no bem, como abençoado programa de cada dia, é o nosso lema.
Não te iludas, pois, sobre o repouso agora.
Seria irrisão.
Nem nos enganemos, quanto aos frutos imediatos  do trabalho reajustador.
Imprescindível caminhar agindo na sementeira sublime do futuro.
Defrontados por imensa assembléia de adversários, visíveis e invisíveis do pretérito, não nos cabe a desistência. A única renúncia destrutiva, por vazia e inútil, é aquela que nos marca por almas ociosas e enfermiças, quando fugimos à luta.
Ontem, valíamos da inteligência para oprimir e perturbar... Ontem, o poder em nossas mãos apaixonadas e rudes, espalhando o temor e muitas vezes o sofrimento... Hoje contudo, valorizamos os recursos intelectuais na obra de caridade sem fronteiras e sem limites e, agora buscamos o poder de servir e auxiliar, em nome d'Aquele que é o Amor mesmo, transbordando luz no sacrifício pela humanidade inteira.
Não desfaleças.
Em cada trecho da estrada, seremos surpreendidos pelas vibrações das nossas próprias obras, que o tempo guardou. É preciso que a esponja do trabalho incessante funcione em nossas mãos, ligada ao nosso coração e a nossa mente, para que os dias para nós, na atualidade, sejam efetivamente marcos redentores. A colheita não vem ao nosso campo, senão por prêmio  a suor e à dedicação.  Façamos de nossa parte, sempre mais.
Há centenas de trabalhadores invisíveis em função de auxílio constante ao "Caminho" e à "Caravana", que se transformaram em legítimas assembléias de socorro espiritual, de esclarecimento benéficos, de fraternidade e de amor. Continuemos.
Avançar em execução dos Divinos propósitos é nosso dever.
Esperamos que todos os irmãos se mantenham a postos.
Neste propósito e formulando votos para que unamos  cada vez mais, na obra cristã que o Espiritismo nos descerra, abraça-te com muito carinho o velho companheiro.
                           Francisco

(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier em Pedro Leopoldo, 1950, endereçada a Divaldo Franco ditada pelo espírito Francisco de Assis.)
Livro: O Semeador de Estrelas, p.281/282

Arte Rupestre: O Ser Humano Sensível

Em 1879, foram descobertas pinturas rupestres no interior da gruta de Altamira, na Espanha. Ninguém na época acreditou que aquelas fabulosas gravuras coloridas fossem autênticas.
A que explica essa descrença?
Primeiro, achava-se que o homem pré-histórico era como um animal.
Não seria capaz portanto de produzir arte. Em segundo lugar, achava-se na época que a arte era uma forma de expressão de culturas mais complexas, e apenas pessoas letradas e refinadas seriam capazes de  produzi-la.
Hoje em dia, sabe-se que a capacidade de produzir  arte independe da cultura, da sociedade, da classe social e até do estado mental do artista.
A arte cria significados sobre o mundo por meio da  intuição do artista, manifestando-se na pintura, na música, na dança e em outras linguagens
As figuras rupestres, ou seja, feitas sobre pedras, marcaram o nascimento da arte pré-histórica. As primeiras figuras rupestres eram esboços de animais e foram feitas cerca de 30 mil anos atrás.
Livro: Projeto Araribá,p.42
Pintura Rupestre encontrada na Caverna de Chauvet, FrançaGruta de Chauvet (França) 32 mil anos atrás
 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Arte e Espiritualidade

Les Demoiselles Cahen d'Anvers - Renoir

"Uma experiência artística intensa pode causar uma impressão modificadora na camada emocional de nossa alma, cujos efeitos mudam vidas, redirecionando de modo profundo a atenção do ser para o invisível".  (Miyashiro)

"A beleza é um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração, às vezes de entusiasmo.
A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna, da qual aqui na Terra não percebemos senão um reflexo.
Para contemplá-la em todo o seu esplendor, em todo o seu poder, é preciso subir de grau em grau em direção à fonte da qual ela emana, e esta é uma tarefa difícil para a maioria de nós. O Espiritismo vem abrir a arte novas perspectivas, horizontes sem limites . A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições de vida no Além, a revelação que ele nos traz das leis superiores de harmonia e de beleza que regem o universo vêm oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de inspiração."
Livro: O Espiritismo e a Arte, de Leon Denis - (Revista-O Trevo-junho/2013)





segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Palavras Geradoras


As palavras que proferimos têm um efeito muito grande em nossas vidas.
Muitas vezes, através de uma palavra impensada, criamos para o futuro aborrecimentos indesejáveis e acabamos por estabelecer, em alguns corações, um sentimento de mágoa e até de ódio que pode se transformar em pensamentos negativos, atuando contra nossa felicidade.
Mesmo quando estamos apoiados na razão e na verdade, precisamos medir nossas palavras. A verdade não existe para destruir, mas sim, para esclarecer. Quantas pessoas, por se afirmarem verdadeiras, usam das palavras para massacrar e ferir, semeando à sua volta humilhação e sofrimento. Com essa atitude, acabam se tornando vítimas de agressões mentais que podem perdurar durante toda uma vida, gerando graves problemas. A palavra por si só, é apenas meio de comunicação. Os sentimentos com que a revestimos é que lhe dão o poder de esclarecer e consolar ou magoar e ferir.
Jesus, conhecedor profundo dos sentimentos humanos, sabendo da força das palavras, afirmou: “Que as tuas palavras sejam sim, sim, não, não!”
Livro: Perdão –Nelson Moraes – Pág. 89
 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Além da Morte



Todos os dias chegam corações atormentados, além da morte.
E apesar do horizonte aberto, jazem no chão como pássaros mutilados.
Loucos, sob a hipnose da ilusão.
Suicidas, descrentes dos próprios méritos.
Criminosos sentenciados no tribunal da consciência.
Malfeitores que furtaram de si mesmos.
Doentes que procuraram a enfermidade.
Infelizes a se imobilizarem nas trevas.

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(Alcançando a Grande Luz, assemelham-se a cegos da razão ante a sabedoria da Natureza
Por mais se lhes mostre a harmonia do Universo e por muito se lhes fale dos objetivos da vida, continuam desditosos e dementados.
Por isso renovemos a esperança concitando-nos ao aproveitamento das horas, assimilando os valores imperecíveis porque, em verdade, andam sempre avisados e felizes os que trazem consigo "os olhos de ver" e "os ouvidos de ouvir".)
André Luiz (prefácio do Livro: Além da Morte)