domingo, 9 de março de 2014

À procura de Jesus


Certo dia resolvi procurar Jesus dentro dos templos religiosos. Procurei-o em Roma, porém me enganei, pois lá ele não estava. Ali estavam sim os cristãos de diversos países, passeando nas praças e nos circos onde os primeiros  seguidores de Jesus um dia ofereceram seus corpos ao martírio. Procurei-o nos templos evangélicos, mas por lá estavam muito ocupados organizando corais, erigindo teorias e discutindo quem teria ou não direito à salvação. Insistindo, dirigi-me a outros segmentos do cristianismo, mas nada, não O encontrei.
Sendo assim, resolvi deixar de lado minha busca e andei por aí em meio às ruas e favelas, nos becos, nas ruelas. Caminhei pelas vilas abandonadas nos rincões da África, nos escombros do Afeganistão, nos vales sofridos do Iraque, pelas fronteiras da Síria  e pelos pátios das prisões ao redor do mundo.
Decidi procurar aqueles pobres e miseráveis mais pobres que aqueles aos quais os cristãos afirmavam ajudar.
Foi então que vi uma luz brilhar no peito de um miserável que morria debaixo da marquise, contemplei um jovem tocando violão numa praça qualquer, descobri um sopro de esperança nos olhos de um velhinho que nem tinha um copo d'água para beber na hora da morte.
Aí, eu compreendi a grande realidade da vida espiritual que Jesus não precisa voltar para eu fazer alguma coisa de útil, que o mundo não precisa acabar para  que eu comece a servir, que ninguém precisa morrer para aprender a ser bom.
Cristo ainda está aí, pelas ruas, disfarçado de mendigo; continua entre nós. Faminto entre os que têm fome, sedento entre os que tem sede, prisioneiro entre os presidiários.
"A força eterna do amor" ( Teresa de Calcutá) p. 126

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