Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento.
Nossa alma vive onde se lhe situa o coração.
Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for.
A gravitação no campo mental é tão incisiva, quanto na esfera da experiência física.
Servindo ao progresso geral, move-se a alma na glória do bem. Emparedando-se no egoísmo, arrasta-se, em desequilíbrio, sob as trevas do mal.
A Lei Divina é o Bem de todos.
Colaborar na execução de seus propósitos sábios é iluminar a mente e clarear a vida. É indispensável ajuizar quanto à direção dos próprios passos, de modo a evitarmos o nevoeiro da perturbação e a dor do arrependimento. Nos domínios do espírito não existe a neutralidade.
Evoluímos com a luz eterna segundo os desígnios de Deus, ou estacionamos na treva, conforme a indébita determinação do nosso "eu".
Não vale encarnar-se ou desencarnar-se simplesmente. Todos os dias, as formas se fazem e se desfazem.
Vale a renovação interior com acréscimo de visão, a fim de seguirmos à frente, com a verdadeira noção de eternidade em que nos deslocamos no tempo.
Pensamos e imprimimos existência ao objeto idealizado.
A resultante visível de nossas cogitações mais íntimas denuncia a condição espiritual que nos é própria, e quantos se afinam com a natureza de nossas inclinações e desejos aproximam-se de nós pelas amostras de nossos pensamentos.
Se persistimos nas esferas mais baixas da experiência humana, os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade nos procuram, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores, absorvendo as substâncias mentais que emitimos e projetando sobre nós os elementos de que se fazem portadores.
Imaginar é criar.
E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que vamos receber.
Vigiemos o pensamento, purificando-o no trabalho incessante do bem, para que arrojemos de nós a grilheta capaz de acorrentar-nos a obscuros processos de vida inferior.
É da força viva da ideia que saem as asas dos anjos e as algemas dos condenados.
Pelo pensamento, escravizamo-nos a troncos de suplício infernal, sentenciando-nos, por vezes, a séculos de peregrinação nos trilhos da dor e da morte.
(Nos domínios da Mediunidade, pág. 138)