Naturalmente nos reinos
inferiores, a necessidade da sobrevivência exigia que o mais forte sobrepujasse
a fim de garantir o alimento e a imperiosa dominação do adversário para manter
a continuação da carga genética.
Através das lutas corporais, os vencedores,
ganhavam o direito sobre a possibilidade
do acasalamento com as fêmeas se tornando o macho alfa, garantindo a
procriação do grupo.
São instintos determinantes que
marcam o transpassar da sucessão interminável dos tempos, que se arrastam através dos percursos inimagináveis.
Chegados a uma escala evolutiva
maior, em que há possibilidade das escolhas e da razão, porém, ainda com os
fortes ímpetos constritores da posse do parceiro, aliado ao egocentrismo , que
permeia o ser, junto ao grupo social e
de forma mais pungente, a companheira conjugal.
No caminhar da trajetória humana,
irrecusável, ainda persiste de forma inolvidável, os resquícios dos
comportamentos dominadores e irrefletidos nas relações sociais, sendo mais acentuadas no convívio conjugal.
Inúmeros são os casos em que o
parceiro, geralmente o homem, chegando às portas da insanidade, tira a vida da
mulher. No Brasil, são doze mulheres
assassinadas por dia, ou a cada duas horas ocorre um homicídio nesse
sentido. Mesmo depois da lei 11.340 de
2006, (Maria da Penha), protegendo legalmente as mulheres, os casos de óbitos continuam a crescer, incluindo a violência
psicológica e agressões físicas sofridas pelas mulheres.
É imprescindível, porém, refletir
quanto à origem, o percurso através dos tempos,
a força do atavismo milenário, a repercutir em nosso arcabouço
psicológico profundo, do modus viventi,
nos reinos inferiores, como sinal de bravura, repercutindo depois para as
repugnantes posturas da posse
machista, assim como a triste atividade da prostituição feminina desmoralizante.
No futuro, formaremos, mais
consagrados aos êxitos, dado o aprimoramento doloroso do cinzel, a abertura
saudável e lúcida do amor universal na alegria contagiante que une as criaturas no
ideal do bem maior.
O processo da transformação
interior, lentamente conquistado por todos aqueles, que sob os açoites da
marcha ascensional, são os eleitos, abraçados
pela misericórdia divina, que pacientemente nos aguarda para em seus
braços amorosos retornar.